Assinalou-se, ontem, o Dia Internacional do Obrigado".
Às turmas do 1.º ciclo e educação pré-escolar foi enviada a história "O sapateiro e os anões" que retrata o agradecimento como um valor muito importante e que deve ser utilizado frequentemente por todos nós!
A Biblioteca agradece a todos aqueles que têm contribuído para que este espaço seja um local de aprendizagem, desenvolvimento de competências e de bem-estar.
Há muitos, muitos anos, tantos que já se perdeu a conta, aconteceu uma história espantosa numa grande cidade de que já ninguém se lembra o nome.
Nessa cidade havia um sapateiro muito pobre, casado com uma mulher tão pobre como ele. Eles trabalhavam de madrugada até ao anoitecer, mas o negócio não lhes corria bem.
Um dia, ao cair da tarde, a mulher avisou o marido que já não havia uma única moeda em casa e a despensa estava totalmente vazia. O sapateiro ficou muito preocupado. Além de não ter comida nem dinheiro para a comprar, na oficina só havia um pedacito de cabedal que dava para fazer um único par de sapatos. Onde é que ele ia arranjar dinheiro para comprar mais cabedal?
A mulher pôs-se a chorar. Mas o sapateiro, que era muito calmo e alegre, estendeu o cabedal com muito cuidado em cima da sua banca de trabalho, afiou o gume de uma faca comprida e bicuda e com ela cortou o cabedal em pedaços para fazer os sapatos.
Veio a noite. Como o sapateiro já via mal, amontoou na sua banca de trabalho as peças de cabedal que tinha cortado, fechou a porta e foi-se deitar. Como não tinha nada para comer, era melhor deitar-se cedo e dormir para enganar a fome. A mulher achou que era boa ideia e também fez o mesmo.
A noite passou e o sapateiro e a sua mulher levantaram-se cedo, fartos de dormir e cheios de fome. O sapateiro abriu a porta da oficina e ficou admirado com o que viu, com os olhos muito abertos, sem poder falar.
É que em cima da banca não estavam os pedaços de cabedal. O que estava era um par de sapatos muito brilhantes, muito bem feitos, tão bem cosidos que não se viam os pontos de tão minúsculos que eram.
Quando conseguiu falar o sapateiro chamou pela mulher.
- Quem terá feito esta obra maravilhosa? — perguntou a mulher do sapateiro, com os sapatos na mão, assarapantada.
O sapateiro não soube responder.
Daí a nada, um senhor muito bem vestido entrou na oficina, encantou-se com os sapatos, pagou-os com uma moeda de ouro e logo ali os calçou. O sapateiro aceitou a moeda e correu a comprar cabedal para dois pares de sapatos. Com o dinheiro que sobrou, a mulher foi comprar comida.
Ao fim do dia o sapateiro tinha cortado cabedal para dois pares de sapatos. Amontoou na sua banca de trabalhos as peças que cortara, fechou a porta, comeu uma fatia de pão, uma sopa de nabiças e duas fatias de carne gorda.
No dia seguinte, em cima da banca de trabalho estavam dois pares de sapatos perfeitíssimos que não demoraram a ser vendidos.
Com duas moedas no bolso, o sapateiro correu a comprar cabedal para quatro pares de sapatos. Com o dinheiro que sobrou a mulher foi comprar comida.
Ao fim do dia o sapateiro tinha cortado cabedal para quatro pares de sapatos. Amontoou na sua banca de trabalho as peças cortadas, fechou a porta, e comeu, regalado, uns bons nacos da galinha que a mulher cozinhara e que estava muito bem temperada, tenra e apetitosa.
No dia seguinte, em cima da banca de trabalho estavam quatro pares de sapatos, tão brilhantes e tão perfeitos como os anteriores, que não demoraram a serem vendidos.
Com quarto moedas no bolso, o sapateiro correu a comprar cabedal para oito pares de sapatos. E disse à mulher para ir comprar comida e guardar o resto do dinheiro.
Ao fim do dia o sapateiro tinha cortado cabedal para oito pares de sapatos. Amontoou na sua banca de trabalho as peças que tinha cortado, fechou a porta, e comeu borrego guisado que a mulher cozinhara e que também estava muito bem temperado, tenro e apetitoso. A sobremesa foram fatias de pão-de-ló e vinho fino.
Todos os dias acontecia a mesma coisa. Quando entrava na oficina, os bocados de cabedal que o sapateiro deixara em cima da banca estavam transformados em pares de sapatos, já célebres em toda a cidade. Por isso, havia agora uma fila de gente à espera de ser atendida.
Um dia, o sapateiro disse à mulher que era preciso descobrir quem fazia aqueles belíssimos pares de sapatos. Assim, depois de anoitecer, o sapateiro e a mulher fecharam a porta e esconderam-se na oficina, por baixo de um relógio de pêndulo.
O relógio deu oito badaladas, nove badaladas, dez badaladas, e nada acontecia. A mulher turrava com sono e assustou-se com as onze badaladas do relógio que estava por cima da sua cabeça.
Estavam os dois a ressonar, encostados um ao outro, quando o relógio começou a dar as doze badaladas.
- Olha, olha!! — disse a mulher, muito baixinho, acordando o sapateiro.
Então, o sapateiro viu dois anões sem roupa, mais pequenos que o seu dedo mínimo, a subirem para a sua banca com um grande desembaraço.
Começaram a trabalhar e nunca mais pararam. Sempre a correr, usando agulhas minúsculas e martelos pouco maiores que cabeças de alfinete, coseram num instante os pedaços de cabedal, transformando-os rapidamente em belíssimos sapatos. Quando a noite se preparava para dar vez ao dia, os anões desapareceram.
- Que é que lhes havemos de dar para agradecer o que têm feito por nós? — perguntou o sapateiro, encantado com o que tinha visto.
- Devem passar muito frio! Vou fazer-lhes um par de calças e uma camisola de lã muito fofa para cada um! — disse a mulher do sapateiro.
- E eu vou fazer um par de sapatos com o cabedal mais macio que houver! – disse o sapateiro.
Durante dias e dias, o sapateiro e a mulher trabalharam nos presentes para os anões. Quando as calças, as camisolas e os sapatos ficaram prontos, o sapateiro e a mulher fecharam a porta e esconderam-se na oficina, por baixo do relógio de pêndulo.
Assim que o relógio começou a dar as doze badaladas, os anões entraram na oficina e encontraram os presentes em cima da banca de trabalho.
Os anões vestiram-se, calçaram-se e começaram a rir e a dançar. Depois, em grande correria, fugiram da oficina e nunca mais voltaram.
Mas o sapateiro e a mulher já tinham muito dinheiro guardado, uma casa com jardim, sete gatos e sete cães.
Nunca mais lhes faltou trabalho e foram sempre muito felizes.
Nessa cidade havia um sapateiro muito pobre, casado com uma mulher tão pobre como ele. Eles trabalhavam de madrugada até ao anoitecer, mas o negócio não lhes corria bem.
Um dia, ao cair da tarde, a mulher avisou o marido que já não havia uma única moeda em casa e a despensa estava totalmente vazia. O sapateiro ficou muito preocupado. Além de não ter comida nem dinheiro para a comprar, na oficina só havia um pedacito de cabedal que dava para fazer um único par de sapatos. Onde é que ele ia arranjar dinheiro para comprar mais cabedal?
A mulher pôs-se a chorar. Mas o sapateiro, que era muito calmo e alegre, estendeu o cabedal com muito cuidado em cima da sua banca de trabalho, afiou o gume de uma faca comprida e bicuda e com ela cortou o cabedal em pedaços para fazer os sapatos.
Veio a noite. Como o sapateiro já via mal, amontoou na sua banca de trabalho as peças de cabedal que tinha cortado, fechou a porta e foi-se deitar. Como não tinha nada para comer, era melhor deitar-se cedo e dormir para enganar a fome. A mulher achou que era boa ideia e também fez o mesmo.
A noite passou e o sapateiro e a sua mulher levantaram-se cedo, fartos de dormir e cheios de fome. O sapateiro abriu a porta da oficina e ficou admirado com o que viu, com os olhos muito abertos, sem poder falar.
É que em cima da banca não estavam os pedaços de cabedal. O que estava era um par de sapatos muito brilhantes, muito bem feitos, tão bem cosidos que não se viam os pontos de tão minúsculos que eram.
Quando conseguiu falar o sapateiro chamou pela mulher.
- Quem terá feito esta obra maravilhosa? — perguntou a mulher do sapateiro, com os sapatos na mão, assarapantada.
O sapateiro não soube responder.
Daí a nada, um senhor muito bem vestido entrou na oficina, encantou-se com os sapatos, pagou-os com uma moeda de ouro e logo ali os calçou. O sapateiro aceitou a moeda e correu a comprar cabedal para dois pares de sapatos. Com o dinheiro que sobrou, a mulher foi comprar comida.
Ao fim do dia o sapateiro tinha cortado cabedal para dois pares de sapatos. Amontoou na sua banca de trabalhos as peças que cortara, fechou a porta, comeu uma fatia de pão, uma sopa de nabiças e duas fatias de carne gorda.
No dia seguinte, em cima da banca de trabalho estavam dois pares de sapatos perfeitíssimos que não demoraram a ser vendidos.
Com duas moedas no bolso, o sapateiro correu a comprar cabedal para quatro pares de sapatos. Com o dinheiro que sobrou a mulher foi comprar comida.
Ao fim do dia o sapateiro tinha cortado cabedal para quatro pares de sapatos. Amontoou na sua banca de trabalho as peças cortadas, fechou a porta, e comeu, regalado, uns bons nacos da galinha que a mulher cozinhara e que estava muito bem temperada, tenra e apetitosa.
No dia seguinte, em cima da banca de trabalho estavam quatro pares de sapatos, tão brilhantes e tão perfeitos como os anteriores, que não demoraram a serem vendidos.
Com quarto moedas no bolso, o sapateiro correu a comprar cabedal para oito pares de sapatos. E disse à mulher para ir comprar comida e guardar o resto do dinheiro.
Ao fim do dia o sapateiro tinha cortado cabedal para oito pares de sapatos. Amontoou na sua banca de trabalho as peças que tinha cortado, fechou a porta, e comeu borrego guisado que a mulher cozinhara e que também estava muito bem temperado, tenro e apetitoso. A sobremesa foram fatias de pão-de-ló e vinho fino.
Todos os dias acontecia a mesma coisa. Quando entrava na oficina, os bocados de cabedal que o sapateiro deixara em cima da banca estavam transformados em pares de sapatos, já célebres em toda a cidade. Por isso, havia agora uma fila de gente à espera de ser atendida.
Um dia, o sapateiro disse à mulher que era preciso descobrir quem fazia aqueles belíssimos pares de sapatos. Assim, depois de anoitecer, o sapateiro e a mulher fecharam a porta e esconderam-se na oficina, por baixo de um relógio de pêndulo.
O relógio deu oito badaladas, nove badaladas, dez badaladas, e nada acontecia. A mulher turrava com sono e assustou-se com as onze badaladas do relógio que estava por cima da sua cabeça.
Estavam os dois a ressonar, encostados um ao outro, quando o relógio começou a dar as doze badaladas.
- Olha, olha!! — disse a mulher, muito baixinho, acordando o sapateiro.
Então, o sapateiro viu dois anões sem roupa, mais pequenos que o seu dedo mínimo, a subirem para a sua banca com um grande desembaraço.
Começaram a trabalhar e nunca mais pararam. Sempre a correr, usando agulhas minúsculas e martelos pouco maiores que cabeças de alfinete, coseram num instante os pedaços de cabedal, transformando-os rapidamente em belíssimos sapatos. Quando a noite se preparava para dar vez ao dia, os anões desapareceram.
- Que é que lhes havemos de dar para agradecer o que têm feito por nós? — perguntou o sapateiro, encantado com o que tinha visto.
- Devem passar muito frio! Vou fazer-lhes um par de calças e uma camisola de lã muito fofa para cada um! — disse a mulher do sapateiro.
- E eu vou fazer um par de sapatos com o cabedal mais macio que houver! – disse o sapateiro.
Durante dias e dias, o sapateiro e a mulher trabalharam nos presentes para os anões. Quando as calças, as camisolas e os sapatos ficaram prontos, o sapateiro e a mulher fecharam a porta e esconderam-se na oficina, por baixo do relógio de pêndulo.
Assim que o relógio começou a dar as doze badaladas, os anões entraram na oficina e encontraram os presentes em cima da banca de trabalho.
Os anões vestiram-se, calçaram-se e começaram a rir e a dançar. Depois, em grande correria, fugiram da oficina e nunca mais voltaram.
Mas o sapateiro e a mulher já tinham muito dinheiro guardado, uma casa com jardim, sete gatos e sete cães.
Nunca mais lhes faltou trabalho e foram sempre muito felizes.
História disponível em:
http://contosdefadasehistoriastradicionais.blogspot.pt/2012/03/o-sapateiro-e-os-anoes.html
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